Em Busca de Segurança: O Debate das Carteiras de Hardware Cripto

A atualização do firmware é discutida como um dilema de segurança, já que, embora seja necessário corrigir vulnerabilidades, também pode abrir caminhos para invasões maliciosas.

BG Garcia

5/25/20232 min read

A questão da segurança das carteiras de hardware cripto, conhecidas como carteiras frias, tem gerado um debate acalorado no universo cripto. Para entender se essas carteiras realmente oferecem proteção robusta, precisamos desvendar o funcionamento de seus componentes essenciais: hardware, firmware e software.

Uma carteira de hardware é um dispositivo físico que cria endereços de carteira e assina transações. Para seu funcionamento, necessita de três elementos em sequência: hardware (dispositivo físico), firmware (código que orienta o hardware) e software (código que permite a execução dos programas).

Há duas razões principais para as carteiras de hardware manterem seu código privado: a preocupação de serem hackeadas facilmente ao revelarem o código, e a necessidade de não divulgar o firmware, parte do qual não pertence a elas.

Com relação à segurança, a complexidade de um dispositivo corresponde à quantidade de software necessário. Quanto mais código um dispositivo contém, maior o risco de ser hackeado e mais vulnerabilidades podem existir.

Sobre a atualização do firmware, há um dilema: por um lado, a atualização do firmware pode abrir caminho para invasões maliciosas; por outro, se o firmware original possuir uma vulnerabilidade, uma atualização é necessária para corrigi-lo.

Para mitigar esses riscos, algumas carteiras de hardware utilizam um elemento adicional de proteção, o chip seguro (SC). Este chip busca proteger contra ataques físicos e digitais. No entanto, se alguém obtém acesso físico ao seu dispositivo, a criptografia dos dados não é suficiente para impedir que assinem transações em seu nome.

Tendo compreendido o funcionamento básico de uma carteira de hardware, vejamos algumas práticas recomendadas para otimizar sua segurança. A busca ideal é por um hardware imune a comprometimentos físicos e um software de código aberto com criptografia integrada. Além disso, é crucial que a chave privada nunca possa sair do dispositivo ou ser acessada pela internet ou software malicioso.

Conseguir todos esses atributos sem comprometer a segurança é um desafio. A maioria dos chips seguros é fechada por natureza, portanto, seu código e funcionamento são desconhecidos. Uma solução potencial seria uma carteira de hardware que gerasse aleatoriamente o endereço da carteira, o criptografasse e o dividisse em três partes. Uma parte seria armazenada no chip seguro, outra protegida por senha e a terceira só desbloqueada se as outras duas partes fossem desbloqueadas com sucesso.

Embora não seja uma solução perfeita, isso proporcionaria uma segurança robusta ao manter o código aberto, mas assegurando a segurança máxima de sua carteira. A implementação bem-sucedida dessa solução depende de uma reflexão cuidadosa e aberta, bem como de feedback construtivo da comunidade cripto.

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